quinta-feira, dezembro 09, 2004

AS RUAS SÃO RELATIVAS
Fui na formatura de pré-escola do meu priminho... várias crianças correndo e gritando. Ser pedagogo deve ser a última coisa na minha lista de (im)possíveis profissões.
Depois fomos comer pizza (a família inteira..um convite para o desastre). Estávamos re-explicando para o meu avô como se fazia para chegar na nossa casa (a gente se mudou faz pouco tempo). Enfim, falamos que era na Acyr Guimarães e coisa e tal. Depois de alguns minutos, minha tia-avó, virou pra mim e comentou em voz baixa: "Livinha, estou mesmo ficando velha...". Intrigada com o que a teria levado a essa conclusão ali, entre garfadas de pizza portuguesa, perguntei: "Por que tia? O que aconteceu?". A resposta dela foi a melhor (mais triste e melancólica, mas a melhor) da noite: "Quando eu era jovem, sempre ouvia os nomes das ruas e sabia que eles eram figuras históricas, gente importante que tinha morrido antes do meu tempo.. Mas o Acyr Guimarães, Lívia, era meu amigo... Ele era jornalista lá na Gazeta e trabalhava com seu tio. Quando você já foi amiga de uma pessoa que morreu e virou nome de rua, então você sabe que está mesmo velha." O que que se responde pra uma coisa dessas? Achei melhor não lembrá-la que o meu próprio tio-avô, marido dela, já virou nome de rua (só que uma dessas ruas bem longe, em que ninguém mora), nem mencionar que estava no cemitério um dia, pouco depois da gente se mudar, e vi o túmulo do Acyr Guimarães, era um daqueles que tem mausoléu da família e tudo. E depois, estudando pra uma prova de rádio, descobri que o tal Acyr Guimarães escreveu e publicou na Gazeta a primeira notícia sobre a primeira transmissão de rádio de uma emissora paranaense, lá pelos idos dos anos 20.

Hoje finalmente vi com meus próprio olhos um mirtilo. Me expliquem uma coisa: morango é strawberry, framboesa é redberry, amora é blueberry... e o mirtilo é o quê? Que tipo de berry é o mirtilo? E eu vi um pacote de trident que anunciava que o sabor era "menta verde". Mas eu me pergunto: "existe alguma menta que não seja verde?". Não estou perguntando pra dar uma de engraçadona ou pra provocar... quero realmente saber essas coisas inúteis.

Até

PS- Peguei final. Droga.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Só falta mais um trabalho e dependendo da nota que eu receber, uma prova final (ou não). Estou quase de férias, posso quase sentir o alívio de não ter que ficar arranjando coisa pra gastar tempo enquanto tento não estudar...
Daí que ando lendo pelas internets da vida um monte de gente (americanos, óbvio) comparando figurinhas de onde e o que eles estavam fazendo no 11-09-2001. Acho que é mesmo uma daquelas coisas tipo, onde você estava quando o Senna morreu (sentada na sala colando figurinhas no meu álbum da Família Dinossauro) ou quando o homem chegou na lua...
Então... onde eu estava dia 11 de setembro de 2001? Fui com o pessoal do colégio visitar uma feira de espelhos, aqueles que fazem os efeitos engraçados. Daí algúem disse que um boeng tinha batido nas torres gêmeas, só que em vez de boeng eu entendi boy. Fiquei pensando qual era o problema de um motoboy distraído atropelar um prédio, e por que que todo mundo tava anunciando o fim do mundo. Só fui me ligar quando voltei pro colégio e vi o que estava acontecendo na TV da biblioteca. Os professores tavam todos lá chorando.
Daí eu peguei a van 778 (sim, eu tinha que voltar pra casa de van, altas histórias sobre isso) e fui pra casa. É isso.
E quando a princesa Diana morreu eu estava tomando banho. Minha mãe tem um certo interesse (leia-se fixação) sobre a Família Real e os Kennedy. Quando eu saí do banho ela veio me dizer: "Sabe quem morreu?" e eu, não sei por que diabos, falei: "Não me diga que foi a Maria Mariana". Que que me deu na cabeça de pensar na Maria Mariana? Por falar nisso, por onde a Maria Mariana? Eu sei que ela escreveu um livro com o então marido (agora ex) Edmardo Galli (será que é esse o nome mesmo?), daí ela escreveu uns episódios de Malhação e teve uma filha, mas não necessariamente nessa ordem. Mas isso já faz alguns anos... por onde ela anda? Será que está no mesmo limbo do Geraldo Vandré? Aquele limbo onde as pessoas que um dia foram famosas se encontram pra assistir Video Show e tomar caipirinha de Kiwi? Falando em Vandré, tenho que contar pra você(s) sobre a paralisação que teve na PUC, só que fica pra outra porque eu hoje mudo de assunto a cada 6 palavras e nunca consigo terminar de contar nada.
Enfim, onde você estava quando o Brasil perdeu a copa do mundo pra França (dormindo, depois assisti "Um dia muito especial", com o George Clooney, cujo único filme decente é "O brother where art thou?"). Viram como eu mudo de assunto rápido?
Li nas paredes da UFPR ontem que tem alunos organizando uma "vivência" em um acampamento do MST. Cara, que é isso? Não acredito que tem gente que realmente considera a hipótese de fazer intercâmbio em um acampamento do MST... mas cada um com seu gosto.
Queria um pinheirinho de verdade esse ano, mas tenho pena da coitada da árvore. Além do mais, não sou uma pessoa de festa no estilo do natal...nem de nehum outro tipo de festa, agora que comecei a pensar no assunto.
Recuperei minha fé no amigo secreto. Ganhei o livro novo do Michael Moore e só estou esperando entrar em férias pra começar a ler. E como eu sou uma boa garota e mereço bons presentes, comprei pra mim um livro que se chama "Jornalismo Internacional", pra ver se passo a gostar dessa profissão idiota pela qual eu me decidi e que não me atrai. Duvido que mude de idéia por causa de um livro, mas não custa tentar né? Faz parte de uma coleção bem legal de livros sobre comunicação. Eu já tenho o "Jornalismo Cultural" e o "Jornalismo de Revista". Pretendo juntar o conhecimento adquirido nos três livros e conseguir um emprego trabalhando em uma revista de cultura fora do país, tipo a New Yorker, a Rolling Stone, a Q, a Esquire e outras. Por favor não ria da minha ingenuidade. Sei muito bem que é impossível fazer isso, mas por favor me deixe sonhar. Além do mais, não tem problema nenhum ficar por aqui mesmo trabalhando na Bravo, Caros Amigos, Carta Capital ou SET. Ha. Ha. Ha.
Enfim, estava escrevendo só pra não deixar esse blog abandonado mesmo, e acabei não conseguindo parar. Joan of Arcadia está passando nas segundas agora, o que quer dizer que posso ir no curso de história do teatro tranquila e não preciso esperar até às 3 da manhã pra ver a reprise, o que é sempre uma boa notícia.
Alguém aí já escutou Franz Ferdinand? Não tão legal quanto Libertines (na minha humilde opinião) mas muito divertido mesmo assim. Se bem que no meu toca CD está tocando apenas "Be my Baby", na versão das Ronnetes (muito boa, essa música) e Zé Ramalho, por que ele é bom pra caramba. Estava pensando com meus botões se o Zé Ramalho não seria uma espécie de Lou "Take a Wlak on the Wild Side" Reed brasileiro... E, apesar de gostar de Legião Urbana (mesmo não entendendo a idolatria desse povo pra com o Renato Russo) eu ainda acho o Cazuza melhor. Pra mim ele soa mais verdadeiro. E sabe o que me enche o saco? Todo esse povo que ama o John Lennon e despreza o Paul McCartney! Os dois são gênios, indiscutivelmente, e eu admiro os dois. Só que acontece que só por que o Lennon levou bala na frente de um prédio por um maníaco que tinha lido "O apanhador no campo de centeio" todo mundo acha ele um mártir. E só por que o Paul é um cara bacana (pelo menos parecia ser, até a mulher dele bater as botas) ele não merece respeito? Que saco, meu. É o caso do Jerry Lee Lewis... tudo bem que ele casou com a prima de 13 anos, mas o cara é um dos maiores nomes do rock'n'roll, e só porque não morreu ainda não é reconhecido por ninguém. Como o próprio Jerry diz, "they only seem to remember people after they're dead, that's why I keep hangin' on".
Minha mão comprou um cd do Ray Charles, outro gênio. Só que sério, o produtor e o arranjador das músicas deviam ser queimados em praça pública!!!! O que são aqueles corais de fundo? E aqueles arranjos de cordas que destroem a música e fazem parecer que estamos num filme de terror? Meu, vocês estavam gravando um disco do Ray Charles! Só senta o cara na frente de um piano e deixem ele fazer o resto. Eles conseguiram assassinar uma das músicas mais lindas do mundo, que nem a voz do Ray Charles conseguiu salvar: "That lucky old sun". Tem uma versão do Jerry Lee Lewis (ele que escreveu) que é absolutamente maravilhosa, só ele e o piano. Dá vontade de chorar cada vez que eu escuto ("show me the river, take me across, washing all my troubles away. just like that lucky old sun, give me nothing to do, but roll around heaven all day").
e a rolling stone publicou a lista das 500 melhores músicas do rock (e pop). Quem escolheu foram profissionais da área (produtores, críticos, músicos, etc). A lista até que não é má, mas tem falhas graves (na minha leiga opinião, claro" se bem que o primeiro lugar ficou a salvo nas mãos de Bob Dylan, com Like a Rolling Stone.
Então, recapitulando, a Rolling Stone escolheu "Like a Rolling Stone" pra primeiro lugar e os Rolling Stones para segundo com "Satisfaction". Será que teve chuncho, hehe?
Querem saber uma história da van 778? Um dia a mulher que dirigia veio me buscar, só que nenhuma das pessoas que costumavam ir junto estavam na van. E ela não parou pra pegar mais niguém, eu tive que ir sozinha daqui de casa até o colégio. O problema não é esse... o problema é que ela foi o caminho interio chorando. Chorando mesmo, com soluços e recaídas e aquele negócio quando a gente não consegue respirar direito e talz. Foi assustador. Eu não sabia o que fazer, o que falar.Ela chorou também no dia em que o Silvio Santos foi sequestrado... coitada.
E é capaz de eu ir pra Minas nas férias. Ai do meu regime.
"there's fewer more distrassing sights than that of an englishman in a baseball cap" time for heroes - the libertines
"eu não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia nem no algo mais. a minha alucinação é suportar o dia a dia e o meu fascínio é a experiência por coisas reais" alucinação - belchior
até (tanta coisa ainda pra escrever)