domingo, abril 06, 2014


As the song draws to its close, Gal and Caetano talk between themselves and with the string arrangement while the song starts to fade. It would be a satisfying finale to any pop song, except for the fact that this is no mere pop song. Instead, what we have is a little work of art, so beautiful and yet finishing in an ominous sound. To me, it sounds like a sound effect from some B-movie depicting an alien abduction. What is going on here? We have no time to figure it out before the song ENDS.
“Baby” – a love letter from a distant home


We start with a bass line. Drumsticks count in unusual time. When the acoustic guitar starts playing, not only does it have a delay, but seems unable to find a rhythm.  Is this an actual song or did someone record a rehearsal and tried to pass it off as music? There is a feeling that nothing coherent could arise from such indecision. The sounds weave in and out until; finally, it all impossibly comes together into a groove. What we have then are beautiful major chords, an unusual 6/8 tempo that is always on the verge of setting itself loose. Out of nowhere, strings over strings appear, threatening to take the song into another dimension. By the time we think things might go too far, a voice pulls us back to earth and into the song’s reality. But what is this reality?  (attention to the most recent comment)

sexta-feira, junho 21, 2013

na rua o mundo caindo
em volta da gente
literal
e
figurativamente

segunda-feira, junho 17, 2013

muito mais do que um tapete vermelho
prefiro a calçada salteada
com as flores de um ipê amarelo

terça-feira, março 29, 2011

Aproveitando o aniversário de Curitiba, coloco aqui um "poema"que achei esses dias num caderno velho. É uma daquelas coisas que fazemos quando queremos passar o tempo em aulas chatas, só pra brincar. Considerando que tudo muda e que estou meio nostálgica, lá vai enquanto o texto ainda faz algum sentido:

velho pombal

na praça santos andrade as pombas voam frente à universidade federal

deve ser alguma homenagem ao grande e ilustre marques de pombal

é o símbolo da cidade, quem passa já pensa no cartão postal

aulas ao som da cidade, que passa ao lado na estação central

e nas escadas quantos protestos e também quantos autos de natal

e tudo sempre em dezembro, quando estamos tendo a prova final

estudando na biblioteca enquanto a atlética faz ensaio geral

os tambores ecoam nítidos, pros jogos jurídicos ou pro carnaval

nas salas de aulas o estilo eclético das muitas mesas em desordem total

às vezes os professores vêm, e se às vezes não vêm a aula ainda é igual

no banheiro o papel higiênico é como se fosse o santo gral

os elevadores ainda tem telefones de quatro dígitos para caso emergencial

hugo simas teu nome se empresta a brigas acadêmicas de caráter pessoal

e na mesa de pebolim cada campeonato é a nova guerra mundial

no subsolo cantos escondidos, ainda que fedidos, pra se esconder do pessoal

nenhuma cantina resiste ao estado triste da higiene - ou da falta de tal

do outro lado da praça o guaíra nos olha em embate frontal

teatro também é cultura, mas só na formatura os alunos entram teu hall

dos mestres de outrora, apenas a pintura em que a tinta desbota desigual

olha aí tua obra prima, vítor ferreira do amaral!

quinta-feira, novembro 04, 2010

em curitiba, os dez mandamentos podiam ser um:
não

quarta-feira, novembro 03, 2010

te conheço?
olho pelo buraco da fechadura
colo o ouvido na porta
encaro o chão, fingindo não escutar tua conversa de elevador
me encosto no muro da esquina, fingindo esperar alguém, só pra te flagrar cruzando a rua entre os carros
me finjo indiferente ao burburinho no ônibus
te procuro no obituário do jornal
quando não te acho, leio a coluna social
as pesquisas de opinião
e as filas de bar, prefiro te esquecer a te procurar nelas
leio os rótulos dos produtos nas estantes do mercado pra ver se te acho
ouço ecos nos xingamentos aos carrinheiros e seus cavalos doentes que engarrafam nossa pressa levando nosso lixo
arrisco uma espiada pelas cortinas de renda da casinha de madeira com beijinhos no jardim
te procuro no jeito que não te reconheço
e ontem te acendi uma vela no cemitério do água verde
te conheço

quinta-feira, maio 06, 2010

IMPEDIMENTOS II

Em julho de 2006 eu escrevi um post para este blog que tratava da Copa do Mundo. No texto, eu brincava que o impedimento é o grande medidor de conhecimento futebolístico. Sabe o que é? Parabéns, você entende de futebol. Não sabe? Oras, não se preocupe; durante a Copa você vai certamente aprender - e logo depois esquecer (em 2014 a gente te ensina de volta!).
Este ano é a mesma coisa, o impedimento permanece como a regra pela qual se mede tudo. Será que é única regra do futebol???

Por que não temos tanta dificuldade com as outras? Todo mundo sabe que se a falta acontece num jogador do time atacante dentro daquele retângulo maior (grande área?) é penalti. Todo mundo sabe que se a bola sai do campo (linha de fundo?) pode ser escanteio ou tiro de meta, dependendo do último jogador que tocou na bola. Por que diabos a gente não consegue aprender sobre o impedimento? Cada lance é repetido trezentas vezes na TV - com narração - em slow motion, ângulos diferentes, análises técnicas (ficam desenhando aquelas linhas e flechinhas para explicar melhor). Este ano vamos poder ver até em 3D! Qual o grande mistério, então?

Estou começando a pensar que o impedimento é fruto de uma grande conspiração dos bandeirinhas. Afinal, é só para isso que eles existem. A gente tá quase no gol e o cara levanta a bandeirinha pra acabar com a nossa alegria (exceto se for para o outro time, nesse caso ele é herói nacional). Não seria melhor acabar com a regra e deixar a galera na pequena área sem se preocupar se está atrás de um jogador do outro time na hora de lançamento da bola?

Mas aí, sobre o que iríamos falar?

terça-feira, abril 27, 2010

meu poema fez curso do socila
sabe tomar chá
aplicar rímel
descer escada com salta 10
a única coisa que não aprendeu foi pegar leve no carboidrato

meu poema nunca foi pro bar encher a cara
nunca vomitou até o ar dos pulmões
e acordou abraçado à cruz do pilarzinho
usando a cueca de outro poema

meu poema, sozinho,
vai ao cinema no meio da tarde
pra aprender palavrões

quinta-feira, agosto 27, 2009

beber um litro de tinta nanquim
e virar um desenho
inanimado

segunda-feira, julho 13, 2009

merecia um prêmio quem inventou a expressão 'bittersweet'.
nós até temos o 'agridoce', mas é uma expressão que funciona apenas quando, sei lá, estamos falando de molhos para comida chinesa ou algo assim.
bittersweet é outra coisa. é querer e não querer, que nem esse momento exatamente agora.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Percebo que, ao invés de estar me transformando em minha mãe, já estou pulando uma etapa e me transformando direto na minha vó - que na verdade é apenas um versão mais antiga da minha mãe. Não ajuda nada o fato de que recentemente eu comecei a usar óculos.

Assim como a minha vó, eu falo coisas "das antigas". Por exemplo: eu vivo falando de quando eu fiz o primeiro grau, assim como a minha vó fala sobre o ginasial. Hoje, naturalmente, chamamos esta etapa da educação de ensino fundamental. O pré virou a educação infantil. Moças não são mais normalistas nem secundaristas - são medianas.

Eu olho os livros da biblioteca dos meus avós e encontro diversos títulos publicados antes da última reforma ortográfica e fico pensando como todo mundo teve que se acostumar a escrever de uma nova maneira. A partir do ano que vem, todos teremos que passar por uma nova reforma e nos acostumar com novas grafias. A minha biblioteca vai ser, para os meus netos (caso eles venham a existir) assim como a dos meus avós é pra mim, cheia de pharmacias e actos.

Além disso, cada vez mais eu me encontro usando as expressões "na minha época" e "no meu tempo":
"No meu tempo de primeiro grau, ainda dava pra comprar besteiras e frituras na cantina"
ou
"Na minha época, a gente matava aula pra ficar conversando na pani".

Hoje as cantinas vendem apenas assados e barras de cereais. Qualquer dia a minha prima me fala que comprou um damasco seco na hora do recreio pra tomar junto com chá verde diet orgânico. Isto é, se ainda existir recreio.

Também não encontro ninguém mais usa a expressão "pani". Nem mesmo "panificadora". Hoje se usa ou padaria ou algum nome enfeitado como confeitaria, patissérie ou espaço gourmet. Frescurites.

Quando eu fiz o terceirão (que, ufa!, ainda se chama terceirão), tinha uma lanchonete do lado da escola. A gente chamava o lugar de "Jaspion", porque o dono era japonês. A coxinha do Jaspion era fantástica. Maior que uma bola de beisebol. Uma verdadeira refeição.
Esses dias saí do trabalho e resolvi, em um experimento antropológico, ver se o Jaspion ainda vivia. De longe já vi uma placa nova e me decepcionei. A coxinha certamente não seria mais a mesma. Decerto o chamariz da lanchonete seria um sanduíche natural de kani kama em um pão de gengibre com pasta de alecrim ou algo igualmente natureba. Feliz surpresa: a coxinha ainda estava lá (provavelmente uma das mesmas da minha época de vestibulanda), tão deliciosa quanto era. Quase nem me importei no aumento de 100% no preço. A herança do Jaspion sobrevive para as novas gerações, pelo menos.


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Em um outro tópico, me lembrei de outras duas grandes frustrações dos tempos de colégio...

A primeira é que a vida inteira eu quis ser "do segundo grau". No ano em que eu passei pro segundo grau, ele virou ensino médio. Sou uma pessoa incompleta, que nunca completou o segundo grau!
Outra coisa era a questão do uniforme. Usei azul marinho e branco 5 vezes por semana durante 13 anos da minha vida (ainda evito usar a cor, evitando flashbacks). O que eu mais queria era, no segundo grau, poder usar o uniforme só no dia da educação física. No meu colégio, esse uniforme deixava de ser azul marinho para virar o que chamávamos de azul smurf. Da calça ao casaco, tudo era smurf. A vida inteira fiquei olhando os mais velhos querendo ser que nem eles. Claro que, no ano em que eu entrei no ensino médio (segundo grau!!!) trocaram o uniforme por um desses modernos, esportivos. E que cor era o dito cujo?????? Sim, azul marinho. Again. Por mais 2 anos.

segunda-feira, setembro 22, 2008

o ipê
é o hype
de setembro

terça-feira, setembro 02, 2008

resolvi instituir um novo "quadro", por assim dizer, aqui no blog. ele se chama:

"eu acho que..."

funciona mais ou menos assim: eu coloco essas três palavrinhas (eu acho que) e daí dou minha opinião sobre alguma coisa.

brilhante, não????

eu acho que... sim!

ok, lá vai:

eu acho que... se a idéia da justiça é que ele é cega, e até mesmo a estátua que a representa usa uma venda sobre os olhos, ela definitivamente não devia carregar uma espada! e isso também leva a outras discussões sobre a pena de morte, não é mesmo?

quinta-feira, julho 24, 2008

seguinte:
você se despede de alguém por email, carta ou telefone e manda: "um abraço!" ou "um beijo!". nada mais normal, afinal, já que você não pode estar com a pessoa fisicamente, é quase como que se você mandasse verbalmente ou por escrito uma ação que em outras circunstâncias você realizaria.
exemplifico: você fala no telefone com a sua melhor amiga. quando vocês se despedem, mandam beijo. se vocês estivessem no mesmo lugar e fossem se despedir, vocês dariam o dito beijo uma no outra. logo, você fala no telefone porque não pode fazer pessoalmente.
até aí tudo faz sentido, mas agora é que vem o xis da questão. por que é que quando as pessoas que estão falando no telefone sobre negócios ou coisas assim não se despendem usando expressões como "aperto de mão" ou "tapinha nas costas". estas também são ações de cumprimento, mas que nós não verbalizamos! aí eu comecei a imaginar como seria se a gente tivesse que descrever todas as ações que realizaríamos caso o contato fosse cara-a-cara. seria um exercício de auto e outro-conhecimento. eu, pelo menos, teria algumas conversas telefônicas assim:

ela - oi, guria! há quanto tempo! dois beijinhos estalados na bochecha
eu - pois é, né. sorriso forçado. que que se anda fazendo?
ela - ai, o de sempre, o de sempre. desvia o olhar.
eu - ... cara de tacho
ela - então, né, guria, você tá bem, né? passa a mão no braço
eu - tá, meio corrido sabe. faculdade, essas coisas... cruza os braços
ela - é, por que, assim, eu ia ligar pra lídia, mas aí tava vendo na agenda do celular aqui e acabei ligando pra lívia - você! olha só que coisa, né??!!??!! risada falsíssima
eu - puxa, olha só, né. que coisa. cara de vácuo
ela - bom, deixa eu ir, mas a gente tem que ser mais, viu? faz muito tempo que a gente não se vê! ME LIGA, tá!!!! faz o sinalzinho do telefone com a mão
eu - pode deixar. acenando veementemente com a cabeça
ela - então tá! combinadíssimo. beijo!!! tchau.
desliga o telefone
eu -ah... beijo...


é isso, gente

sorriso amarelo

tchau