quinta-feira, março 04, 2004

Tive aula de Antropologia por seis meses com uma professora de Santa Catarina que, por favor, podia muito ter acabado de sair da sexta série. Quando ela entrou em sala a primeira coisa que nos passou pela cabeça foi: aula trote. E nem se deram ao trabalho de escolher alguém mais velho.
Sentada naquela cadeira imponente, frente àquela mesa gigante de quando a federal ainda recebia verbas, os pés all-starzados da moça nem encostavam no chão. Não era aula trote. Ela até que sabia a matéria, só não sabia dar aula, com todo o respeito. Era tãããããão chato. Pior era ver aquela gente aplicada anotando tudo. Durante esses seis meses eu devo ter lido pelo menos uns cinco livros durante as aulas e escutei apenas uma frase: "as coisas são boas para se pensar". Mas não me concentrei o suficiente para ouvir quem tinha dito isso. Não importa. É mentira. Seis meses dessas aulas me deram tempo pra pensar, e olha o que aconteceu :

"Poema concreto da lívia
fórmulas
for mulas"

"um inseto morreu e sujou a minha calça
e eu não sei se estou chateada
por que o inseto morreu ou
se por que ele sujou a minha calça.
eu não tenho coração,
eu dou risada em horas inapropriadas"

"leminski vai à minsk
protegido por seus bigodes
e pela cachaça que traz na mala
logo coloca o chinelo e a camiseta
porque é bom curitibano
e o frio não atrapalha"

"eu escrevo errado por linhas certas
não sou deus, mas tenho senso de estética"

"poema concreto
papel-tinta-água-cimento"

Sobreviveu? Ainda acha que pensar nas coisas é bom??? Estou aqui inaugurando o movimento anti-pensamento. Se esses terríveis poemas concretos não te convenceram semana que vem eu coloco"151 perguntas estúpidas" como: cheddar ou catupiry? Pare de pensar, crie um blog!!!

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial